domingo, 2 de dezembro de 2007

Ornamentos de cor roxa

#22

Era uma vez o Sr. Elísio, o Sr. Cruz, o Sr. Inorme, o Sr. Prata e o Sr. Peixinho.
Eram um grupo de amigos que jogava à sueca no Jardim de S. Lázaro nos dias de sol e quando a cidade escurecia iam até ao Cine-Teatro Júlio Dinis na rua Costa Cabral aos bailaricos dos bombeiros. Reza a lenda que foi ai que conheceram um senhor que dava pela graça de Sr. Espadinha, vendedor de Restaurador e Petroleo Olex , poeta nas horas vagas e que tinha uma paixão assolapada pela Dona Mirita, viuva do falecido Sr. Jaime que trabalhava nas aguas do Porto.
Dona Mirita, senhora de orgulho tripeiro e de resposta rapida na ponta da lingua, não fosse ela dona de um pequeno comercio de venda de sementes hortícolas e florícolas no mercado do Bom Sucesso.
Um belo dia o Sr. Espadinha inspirado por um conhecido cigano amigo, portuense, depois de uma viagem a capital, deu-lhe uma vontade, perdeu toda a timidez e virou-se para ela de peito feito e disse:

" A cidade está deserta,
E alguém escreveu o Seu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!"

Dizem que foi assim que o Sr. Elísio, o Sr. Cruz, o Sr. Inorme, o Sr. Prata e o Sr. Peixinho se inspiraram depois para no coro da Igreja compor uma musica a que chamariam " Mirita...Ouvi Dizer que o Espadinha, parceiro de cartas do Inorme, gosta de ti", no coro eram conhecidos por serem 5 bibelôs porque so la estavam para ornamentar, e como era Quaresma...logo, eram roxos, como tal ficaram conhecidos ate hoje como os "Ornamentos de cor Roxa"

Desde então que surgiram ao longo dos anos outras versões desta historia, eu gosto de acreditar que foi assim que o melhor álbum de musica portuguesa ate hoje nasceu...


Ouvi Dizer by Ornatos Violeta ou a melhor banda portuguesa de sempre

9 comentários:

Rita disse...

Desde miúda que convivo com o trio Marta/Manel/Marcos, por influência do meu Tio. Não me são nada estranhos os jantares em casa da minha Avó ou ter assistido ao meu primeiro concerto dos Ornatos nas ruínas do Palácio do Freixo, ainda por reconstruir, com uma vista soberba sobre o Douro. Sempre privei de perto com esse universo artístico, com grande fascínio e admiração. E sim, é um enorme orgulho tê-los na mesma cidade.

Rita disse...

Faltou dizer que o teu tom humorístico confere uma vivacidade e um colorido especiais às histórias que partilhas. Muito bem "caçado".

Anônimo disse...

Estava a ver que não passava por aqui alguma música de uma banda tuga!
Mas verdade seja dita, foi um óptimo começo.
Esta música é realmente um hino, daquelas intemporais.

PavlovDoorman disse...

Quem te ouvir falar até pensa que conheces os Rapazes.
Olha não fosse os erros ortográficos e diria que até nem escreves mal...

Abraço

Anônimo disse...

Este poema do Manel Cruz é de um outro planeta, deve ter ido fazer uma viagem para se inspirar, ouvi dizer

Anônimo disse...

Boa cena, já não me lembrava desta música. Que é feito desta gente?

Anônimo disse...

Serás tu mais um membro da legião de fãs dos ornatos violeta?
Se assim for já tenho mais um motivo para continuar a vir ao teu blog, parabéns pelo pequeno conto sobre esta música magnífica!
Beijinho violeta

Anônimo disse...

Lindo, lindo, lindo!!!!!!!!!!!!!
Tenho o prazer de conhecer o manel e é um geniozinho.

Anônimo disse...

Uma sugestão, podias encurtar o intervalo entre os posts.
É um elogio e não uma critica :)